Deu de cara com caramujos africanos e não sabe o que fazer?

Este animal transmite doenças, está presente em jardins e terrenos e não é nada fácil ser eliminado.

Deu de cara com caramujos africanos e não sabe o que fazer?

Aparentemente inofensivo, o Caramujo africano não tem predador natural, se multiplica rapidamente liberando de 200 a 500 ovos de uma só vez e transmite doenças.

Mas quem é esse caramujo e por que ele virou uma praga?

O caramujo veio para o Brasil na década de 80, para ser criado como Escargot – caracol comestível utilizado na culinária francesa e que tem alto valor nos restaurantes. Por ser mais resistente e ter reprodução mais rápida que as espécies tradicionalmente utilizadas como escargot, a espécie africana foi introduzida por produtores brasileiros do Paraná e de São Paulo, nas décadas de 80 e 90. Em virtude do declínio na demanda pelo produto, muitos produtores acabaram tendo que abandonar o negócio e os caramujos foram liberados no ambiente. Se espalhou rapidamente.

Os caramujos se deslocam com facilidade no meio urbano e bastam ter um lugar aterrado para sobreviver e depositar seus ovos. Alguns ovos também podem ser depositados por pássaros, embora seja uma possibilidade mais remota. Passar cal no muro é uma forma de prevenção ao animal, já que a cal também o desidrata

Além de ter impacto ambiental e agrícola, o caramujo pode trazer gaves danos a saúde pública por ser hospedeiro de vetores. Pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. Os incômodos da meningite eosinofílica vão de distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento até queimação e pressão na pele. A estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica. Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

A remoção parece simples a princípio: A melhor ocasião para captura-los é no crepúsculo e/ou dias nublados e chuvosos, pois é quando saem de seus abrigos em maior número. Estando de EPI como botas, roupas fechadas e luvas, pode ser recolhido e lançado em um saco plástico preto grosso. Em seguida deve ser aplicado sal para desidratá-lo e, consequentemente, levá-lo à morte e então, quebrar as conchas para não reter água. Atenção a este passo, pois o sal só deve ser colocado no saco. Caso contrário, os ovos liberados na presença do sal serão depositados na terra. O cuidado deve continuar mesmo depois da remoção, pois este animal, antes de ser recolhido, pode ter depositado seus ovos na terra e irão eclodir com a combinação de calor e chuva. Por isso, a presença de caramujos é persistente em alguns locais. Para evitar o reaparecimento, é necessário fazer a catação manual dos ovos. Sempre utilizando luvas, deve-se revolver a terra e retirá-los – são bolinhas em tom amarelo claro, quase branco. Esses ovos devem ser colocados em um saco plástico e quebrados. “É um processo que deve ser realizado sempre que aparecer um caramujo e até que não se encontrem mais vestígios.

Evitar lixo em quintais, jardins e terrenos já um grande passo na prevenção.

Lembre-se também de sempre lavar bem as verduras e hortaliças, pois as doenças são passadas mesmo que o caramujo não esteja mais ali.

Observação: nem todo caramujo ou caracol que encontramos no Brasil é uma praga ou causador de doenças; existem muitas espécies nativas que possuem função importante no ecossistema. Por isso, antes de matar os caramujos de seu quintal, certifique-se de que se trata mesmo do A. fulica.